sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A educação na formação do empreendedor

Qual o papel da educação, conteúdo e incentivo na formação de um empreendedor? E, aqui no Brasil, o que falta para um maior desenvolvimento da cultura empreendedora?

Quando busco informações e conteúdo sobre empreendedorismo, quase sempre acabo em algum site, blog, livro ou revista americana. Talvez pelo fato de empreender nas áreas de tecnologia e internet, o conteúdo gerado pelos colegas gringos é sempre referência.

Até entre os blogs que participam desta semana de blogagem coletiva promovida pela Endeavor, vejo que grande parte se alimenta destas mesmas fontes: o Ricardo Jordão, da BizRevolution, acaba de voltar de uma viagem para os EUA onde pesquisou diversas empresas de e-commerce. Recentemente, o Bob Wollheim, da ResultsOn, esteve pelo Vale do Sílicio e foi entrevistado pelo TechCrunch, principal blog sobre negócios ligados a tecnologia, adquirido há poucas semanas pela AOL. O Miguel Cavalcanti viaja anualmente para eventos sobre empreendedorismo. No ano passado, foi para a Inc500, promovido por uma das principais revistas feitas para empreendedores. No meu video podcast, Man in the Arena, mais da metade das referências são lá de fora.

O que quero trazer para discussão é a necessidade do desenvolvimento de todo o ecossistema empreendedor no Brasil. O problema por aqui não é só uma questão de excesso de burocracia, impostos abusivos e complicada política trabalhista. É também uma questão de criação e disseminação de conteúdo e cultura. Os exemplos das organizações de apoio e incentivo como a Endeavor e o Sebrae e das plataformas de conteúdo como a HSM e Results On, mostram como podemos também trazer qualidade para os empreendedores locais.

Lá fora, há tantas iniciativas interessantes que podemos nos inspirar e trazer para o Brasil. Um exemplo é a metodologia de lean startup, muito divulgada por aqui pelo Eric Santos, que ensina como podemos desenvolver produtos de forma ágil e eficiente, diminuindo o risco de mortalidade de novos negócios. Há também o projeto 1M/1M, da Sramana Mitra, que tem a heróica intenção de ajudar a 1 milhão de pequenas empresas a se tornarem sólidas, criando empregos e aumentando o PIB de seus países.

Acredito muito em conteúdo, educação e metodologias inovadoras para apoiar o movimento empreendedor brasileiro. Acho até que estes fatores valem mais do que o próprio acesso ao capital, pois ensinam a muitas empresas a possibilidade de crescer organicamente. Empreendedorismo não significa necessariamente construir o próximo Google ou as empresas X, do Eike Batista. Pode ser simplesmente criar um negócio pequeno e sustentável, o que já é difícil.

Por outro lado, concordo com o post do Pedro Mello, que cita vários exemplos de empreendedores que construiram "na marra" seus negócios, com muita visão, foco e energia, sem apoio "formal". Porém, acho que não podemos nos basear apenas nos exemplos dos fora-de-série. O acesso a informação e ferramentas pode ser decisivo para o sucesso de um empreendedor.

Espero que este movimento dos blogueiros, apoiado pela Endeavor, possa evoluir e tornar-se uma plataforma de divulgação de conteúdo e cultura empreendedora. Orgulhosamente farei parte deste processo.


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