Christian Cussen » O Ning foi fundado por Marc Andreessen em 2004 como uma plataforma para o desenvolvimento de aplicativos sociais para a web. Desde o primeiro dia de seu funcionamento nossa meta foi a construção de uma plataforma. Os elementos desse ambiente evoluíram de tal maneira que em 2007 não se criavam apenas aplicativos, mas uma rede social completa, ou como nos referimos hoje, um “website social”.
LM » Por que o Ning deixou de ser um serviço gratuito? Ele não pode encontrar um modelo de negócio capaz de gerar lucro sem a cobrança do serviço?
CC »Antes de se tornar um serviço pago, 80% de todo o tráfego do Ning vinha da pequena porcentagem de usuários que já pagavam pelo uso do Ning. Decidimos que prover um serviço melhor para esses clientes, e acreditamos que se você tem alguma coisa de valor na web, você não deve ter medo de cobrar por ela. A decisão se mostrou acertada, agora já possuímos mais de 100.000 consumidores pagantes, e com planos que custam apenas nove reais ao mês, permanecemos muito acessíveis.
LM » Então a companhia já alcançou margem de lucro?
CC » Como uma companhia de capital fechado, não divulgamos detalhes financeiros, mas posso confirmar que o Ning ultrapassou a margem de lucro em agosto de 2010.
LM » Você acredita que redes sociais são algo que permanecerá importante, ou são uma moda passageira como o Second Life?
CC » A Internet passou por um divisor de águas, e proprietários de sites estão correndo para alcançar esse novo ambiente da web em que tudo é bidirecional e social. A popularidade desses serviços sociais vai entrar e sair de moda com o tempo, mas o que não vai mudar na Internet é a necessidade de que seu website, seu portal, esteja firmemente integrado com esses serviços sociais, não importa quais sejam. O Ning pode atuar como esse portal.
LM » Como as pessoas podem se beneficiar com as redes sociais?
CC » Indivíduos, organizações e pequenos negócios podem se beneficiar muito e de várias maneiras com um site social, acima de tudo por conseguir algo que todos querem: feedback. Não temos mais que adivinhar o que o consumidor está pensando, já que esses novos recursos sociais permitem que eles nos contem isso diretamente. Com esse canal de comunicação nós podemos criar uma profunda lealdade com o cliente, de de várias formas criativas.
LM » E corporações, como eles podem tirar vantagem de redes sociais?
CC » Grandes empresas estão usando o Ning frequentemente por três motivos: porque ele permite que os consumidores e clientes interajam melhor com suas marcas, para a criação de sites comunitários para uma causa ou iniciativa particular (o Bradesco fez isso bem com o http://www.comunidadebancodoplaneta.com.br/), ou como uma ferramente privada, ou uma “intranet” para comunicação interna entre os empregados.
LM » O Ning faz uso de Software Livre? Em que a plataforma é baseada?
CC » A plataforma Ning foi desenvolvida em Java com um frontend em PHP, e usamos MySQL como nossa base de dados. O Ning usa muito software livre ou em código aberto em seu repositório e também contribui bastante com aplicativos para a comunidade. Você pode ver os projetos que abrimos para a comunidade em nosso GitHub (https://github.com/ning)
LM » Como você em encara a “competição” com serviços como o Facebook ou o Google+?
CC » O objetivo do Ning é integrar e ser o mais complementar possível com os principais serviços sociais existentes. O Ning é uma solução de marca branca (sem marca) para construir redes sociais para os outros, essa não é a missão de nenhum outro serviço social popular hoje.
LM » Como você pensa que as redes sociais evoluirão?
CC » A próxima onda do social são os dispositivos móveis. Smartphones ainda não representam uma parcela grande do mercado de celulares no Brasil, mas isso deve mudar nos próximos dois anos, sites não foram construídos para suportar acesso através dos dispositivos móveis e terão que ser reconstruídos para que consumidores que usam esses aparelhos tenham uma experiência igualmente rica como os consumidores usando um desktop.
LM » Quais são os planos futuros para o Ning?
CC » Estamos lançando uma série de ferramenta que vai permitir que proprietários de websites capitalizem seu site, e consigam assim ter um verdadeiro “negócio social.”
Fonte: Linux Magazine
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